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Promoção e educação para a saúde: Inovação para a sustentabilidade e o bem-estar
Marcelo Coppi, Hugo Oliveira, Ana Maria Cristóvão, Jorge Bonito (Editores)
Évora , Copyright © by Centro de Investigação em Educação e Psicologia da Universidade de Évora (CIEP | UE) , 2025
ISBN 978-972-778-439-4
Grátis

Alunos saudáveis em Escolas sãs O cuidado com o Outro é o que define a Humanidade como civilização. A partir do momento em que o Ser Humano se consciencializou de que a coesão do grupo decorre da garantia do bem-estar de cada indivíduo, foi alcançado um grau fundamental na nossa cadeia evolutiva. Tratou-se de conferir à relação humana um valor acrescido que supera a emergência do ímpeto pela sobrevivência, emergindo, assim, os princípios da empatia e do altruísmo. Neste enquadramento, a Saúde e a Escola constituem-se como uma dupla simbiótica no cuidado com o Outro: por um lado, só é possível o desenvolvimento de conhecimentos, capacidades e comportamentos numa Escola que valorize o bem-estar; por outro, a Escola, como instituição privilegiada de formação e educação, deve fomentar o desenvolvimento de hábitos de vida saudáveis.  Em 1986, com a Carta de Otawa, a interconexão entre o indivíduo e a comunidade ganhou significado global, instituindo o meio escolar como um dos centros nevrálgicos da promoção do bem-estar. Desta evidência nasceu a “Educação para a Saúde”, consagrada pela OMS em 1998, à qual se seguiu a figura de “Escola Promotora de Saúde”, atuando no desenvolvimento da literacia do bem-estar e respetivas competências, bem como nos vínculos interpessoais e na autonomia. No contexto nacional, a defesa de hábitos de vida saudáveis encontra eco quer no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, quer na Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania, na medida em que ambos os referenciais reconhecem, como uma condição-chave para o sucesso educativo, o saber multifacetado: sentir, estar, pensar, conhecer, relacionar-se. Concretamente, este enquadramento visa providenciar a todos os alunos equidade no acesso à educação e à saúde enquanto direitos basilares. Com a rasura das desigualdades, contribui-se para maiores níveis de coesão social, sendo este, garantidamente, o caminho para uma educação inclusiva, que responde às potencialidades, às expetativas e às necessidades dos alunos. A fim de proporcionar a todos a participação e o sentido de pertença, a articulação curricular, o estabelecimento de parcerias e o envolvimento ativo e comprometido dos vários elementos da comunidade apresentam-se como as estratégias vencedoras para o desenrolar de aprendizagens em benefício do equilíbrio entre mente e corpo. Tomando nas mãos este desígnio, a publicação Promoção e Educação para a Saúde: Inovação e Sustentabilidade para o Bem-Estar assumiu a meritória iniciativa de reforçar o enfoque nas políticas, serviços, redes, currículo, competências e ambientes em favor da harmonia em meio escolar, por forma a garantir a equidade, a participação, o empoderamento, a sustentabilidade, a colaboração e as parcerias neste bem maior que é o futuro das crianças e dos jovens. Trata-se, efetivamente, de um exemplo de cuidado com o Outro, que inspira a Escola a perseguir a máxima mens sana in corpore sano, para que, todos os dias, haja cada vez mais alunos saudáveis em escolas sãs.

Pedro Dantas Cunha

Secretário de Estado da Administração e Inovação Educativa XXIV Governo Constitucional